28 fevereiro, 2015

Resenha #43: O Estranho Destino de Poison - Chris Wooding

Título Original: Poison
Autora: Chris Wooding
Editora: Arx Jovem
Páginas: 273
Avaliação: ♥♥

Onde Comprar: Aqui

Sinopse: 
Voluntariosa, determinada, mas presa em Gull, aldeia situada em um pântano, a garota Poison se ressente da vida que leva. No Reino das Fadas, além dos limites de Gull, a história é outra: lá as coisas acontecem - e muitas vezes interferem no monótono Reino dos Homens. Como, por exemplo, o rapto de Azalea, a irmã ainda bebê de Poison. O resgate de Azalea levará Poison ao misterioso reino vizinho, repleto de paisagens assombrosas. E ela começará a descobrir um mundo de intrigas, habitado por semideuses sinistros que conspiram para destronar Hierofante, o mais poderoso de todos os senhores dos reinos. Pois Hierofante voltou a escrever, e sua pena decide o destino de todos... Nesse universo fantástico, Poison constata que toda a sua vida - seus pais, o pântano, seus amigos - é uma ficção de Hierofante e que o controle sobre seu destino é uma ilusão. Contando apenas com a própria inteligência, Poison vê-se obrigada a lidar com inimigos que surgem sempre mais ardilosos. É uma longa jornada, porque no Reino das Fadas o tempo corre de maneira diferente... Poison precisa não só recuperar a irmã como também mudar o fim da história que Hierofante está escrevendo... que pode pôr fim à raça humana.


Sobre a história: Tudo começa a tomar forma quando, após a noite da Vigília das Almas, um ser do mundo das Fadas sequestra a irmã de Poison, Azalea. Na aldeia de Gull não era a primeira vez que acontecia, mas isso era visto como parte da vida, algo que não poderia ser evitado. Às vezes, as crianças voltavam algumas semanas depois... ou nunca mais.

Poison não pensava assim, não aceitava que seres de outro Reino simplesmente pegassem sua irmã e devolvessem quando bem entendessem, então parte numa jornada em busca do Senhor das Fadas, para pedir Azalea de volta.

Sobre os personagens: Vou começar falando do Fleet, um vizinho da Poison que se destacava dentre os outros habitantes da aldeia por já ter saído de lá várias vezes, ao contrário da maioria que se resignava, aceitava a vida que tinha e nunca saiu dos Pântanos Negros.

Fleet sempre dava livros para a garota, contava histórias sobre tudo que ele já havia visto - embora Poison não acreditasse muito na maioria delas - e, como quem apresentou a história do Espantalho - o ser que raptou a irmã dela - foi o mesmo, é o primeiro que ela procura para pedir ajuda.

Para sair da aldeia, ela pega uma carona com o Caçador de Espectros Blam, que à princípio é pago somente para levá-la até Shieldtown, mas durante a viagem eles acabam se conhecendo melhor e o Caçador não consegue deixa-lá sozinha e acaba acompanhando-a durante toda trama. De primeira, Blam parece ser grosseiro, mas ao longo da história vemos que ele completamente o oposto: tem coração mole, não é ambicioso e faz de tudo pela amiga.

Claro que não poderiam faltar provações para a personagem principal, como enfrentar Maeb, a bruxa dos ossos, e seus dois cães gigantes. Poison chega muito perto da morte, mas uma garota aparece no último momento e salva sua vida. É ai que conhecemos Peppercorn e Andersen, a tal garota e seu gato de outro mundo. 

Peppercorn é uma espécie de criada da bruxa, nem ela lembra como foi parar lá e desconhece o mundo fora dos limites do terreno. Me apaixonei pela inocência dessa menina, embora em certos momentos ela tenha me irritado com seus "chororôs".

Sou amante de gatos por si só, agora imaginem um gato superinteligente? É o Andersen. Adorei os momentos dele!


" - E então? - perguntou Poison - Acha que pode se equilibrar naquela aba? - Ela já havia se acostumado a falar com o gato como se ele fosse gente.Andersen se recompôs, mas não se fez de rogado. Começou a lamber a pata dianteira para depois raspá-la na cabeça, cuidando de sua higiene pessoal como se não tivesse nada melhor para fazer. (...) Depois de algum tempo, assim que achou que os demais haviam esperado o suficiente, Anderson caminhou até a janela (...)"

E, por último, mas não menos importante: Poison. Inicialmente, ela se chamava Foxglove, mas na aldeia eles tem o costume de, com uma certa idade, os habitantes escolherem seus próprios nomes. Ela escolheu esse porque numa das várias discussões com sua madrasta, Snapdragon, ela afirmou que Foxglove era um veneno para a família. Só esse fato já me fez começar a gostar da protagonista.

Ao longo do livro, ela foi me conquistando cada vez mais. Corajosa, independente e teimosa: tudo que uma protagonista tem que ser. 

Esses cinco formaram um elenco maravilhoso, cada um com seu jeitinho, com tiradas que me faziam rir e alguns momentos que realmente me emocionaram.


"Dava-se conta de que aqueles eram seus amigos, os únicos que na verdade tinha. Gostava até mesmo do gato. Havia deixado bruscamente uma vida de total alienação para encontrar, ao longo do caminho, um pequeno grupo de pessoas com as quais valia a pena conviver. No meio de tantos apuros e atribulações, havia aqueles quatro. Poison às vezes tinha a sensação de que não fazia parte da humanidade; mas agora tinha certeza de que encontrara seu lugar"


Sobre o enredo e conclusão final: Não tenho o que comentar sobre a trama, foi muito bem pensada, causando uma reviravolta enorme na história. É aquele tipo de rumo que tu nunca vai imaginar, sabe? E a história de Poison em busca de Azalea virou a história de Poison salvando todos os humanos, e não do jeito clichê que estamos acostumados.

Como todo livro infanto-juvenil, a linguagem é fácil, a leitura flui e não achei entediante em momento algum, mesmo quando o autor descreve tudo nos mínimos detalhes. 

Apesar de poucos, esse foi um mês de livros muito bons. Todos estão super indicados.


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